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quarta-feira, 6 de julho de 2011

A alma jovem e o amor a Deus

O texto abaixo foi retirado do livro O jovem instruído na prática de seus deveres religiosos, de São João Bosco. Nessa primeira parte do livro ele fala do que necessita um jovem para ser virtuoso, indicando a nós, jovens, o caminho das virtudes e da perfeição. Abaixo dois artigos dessa primeira parte do livro: Artigo II, falando sobre o amor que Deus cultiva pela juventude e o Artigo III, onde ele fala da importância do amor a Deus no tempo da juventude. São instruções importantes, que nos conduzem à nossa verdadeira Pátria, o Céu. Boa leitura! São João Bosco, rogai por nós!


Deus tem particular amor à juventude

Persuadidos que estamos, caros jovens, de que fomos todos criados para o Céu, devemos dirigir todas as nossas ações para alcançar este grande fim. A isto nos há de mover o prêmio que Deus nos promete, o castigo com que nos ameaça. Mas o que mais que tudo nos deve levar a amá-Lo e a servi-Lo, há de ser o grande amor que nos têm. Pois que, embora Ele ame a todos os homens, como obra de suas mãos, consagra todavia um afeto todo particular aos meninos e acha as suas delícias em permanecer no meio deles: Deliciae meac esse cum filiis hóminum. Deus vos ama, porque de vós espera muitas boas obras; ama-vos porque estais numa idade simples, humilde, inocente e, por via de regra, não vos tornaste ainda vítima do inimigo infernal.
Há ainda outras provas não menores da especial benevolência que vos tem o Divino Redentor. Ele assegura que considera como feitos a si mesmo todos os benefícios que vos fizerem a vós e ameaça de maneira terrível os que vos escandalizam.
Eis as suas palavras: “Se alguém escandalizar a um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor lhe fora que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e que o lançassem ao fundo do mar”. Gostava muito que os meninos O seguissem, chamava-os para perto de Si, abraçava-os, e lhes dava a sua santa benção. “Deixai, dizia, deixai que os meninos venham a mim: Sínite párvulos veníre ad me”; dando assim evidentemente a conhecer que vós, ó jovens, sois as delícias do seu coração.
Visto que o Senhor vos ama tanto, deve ser vosso firme propósito corresponder-Lhe, fazendo tudo o que lhe agrada e evitando tudo o que o poderia desgostar.

A salvação da alma depende geralmente do tempo da juventude

Dois são os lugares que nos estão reservados na outra vida: para os maus, o inferno, onde se sofre todos os tormentos; para os bons, o Paraíso, onde se goza todos os bens. Mas o Senhor vos diz claramente que se vós começardes a ser bons no tempo da juventude, sereis igualmente no resto da vida, a qual será coroada com uma eternidade de glória. Pelo contrário, se começardes a viver mal no tempo da juventude, muito facilmente continuareis assim até a morte, e isto vos conduzirá inevitavelmente ao inferno.
Por isso, quando virdes homens de idade avançada entregues ao vício da embriaguez, do jogo, da blasfêmia, podereis quase sempre dizer que tais vícios começaram na juventude: Adoléscens juxta viam suam, etiam cum senúerit, non recédet ab ea. Ah! Filhos queridos, diz Deus, recorda-te do teu criador no tempo de tua juventude. Em outro lugar declara feliz o homem que desde a sua adolescência tenha levado o jugo dos mandamentos: Bonum est viro, cum poratáverit jugum ab adolescéntia sua.
Esta verdade foi bem conhecida pelos santos, especialmente por santa Rosa de Lima e por são Luis Gonzaga, os quais, tendo começado a servir fervorosamente a Nosso Senhor desde a mais tenra idade, quando adultos só achavam gosto nas coisas de Deus e assim se tornaram grandes santos. O mesmo se diga do filho de Tobias que, desde o início de sua juventude, foi sempre obediente e submisso aos seus pais: Estes morreram e ele continuou a viver virtuosamente até a morte.
Mas dirão alguns: se começamos agora a servir a Deus, tornaremos tristonhos. Respondo-vos que isso não é verdade. Andarás triste quem serve ao demônio, pois que, por mais que se esforce para estar alegre, terá sempre o coração a lhe segredar entre lágrimas: És infeliz, porque és inimigo do teu Deus. Quem mais afável e jovial que São Luis Gonzaga? Quem mais alegre e gracioso do que São Felipe Néri e São Vicente de Paulo? E contudo, a vida deles foi um contínuo exercício de todas as virtudes.
Ânimo pois, meus caros filhos; dedicai-vos em tempo á virtude e eu vos garanto que tereis sempre o coração alegre e contente e experimentareis quanto é doce e agradável o serviço do Senhor.
São João Bosco

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